quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Poema de "Cesta" - Olhares Trocados no Cesto de Costura.

Costurando, tricotando e fazendo a barra dos momentos.
Visa, brisa, o calor, o buraco da agulha.
Negro, o seu corpo, em meu favor, repor a linha.
Deitado, molhado a seco...As falas, as malas e você.
Bem querer, bem amar, não faltar....O pano branco liso de indiferenças.
- Quer casar? Costurar!
- Vou pensar....Vou gostar....Hum, Vou falar!
A presença, de um ser, manifestada em prazer, com coisas a dizer...
Quais os desenhos representaram...A sua vida, o seu olhar, você então...
Muito por fazer.....
Minutos sem querer.
(...) Silencio.
Olhos, bocas ocas, vazias e suprimidas, afetadas, caladas, quando não erupção, demostrações e conexões....
Visualizar o improvável, ali quieto observando seu corpo, sua pele, e seus pensamentos cifrados ou codificados, em sexualidade.
Imã...Cola...Acentua...As agulhas e o dedal, de uma vida animal.
Um bom papo, avaliar os traços, a vida segue...
A voz se ergue.
Pensamentos fluidos, desesperados, amaldiçoados e reprimidos, pelos enganos, que são como panos bordados com linhas de verdades, a mão de uma senhora pobre e cega.
Mas a experiência que ela tem, em criar os caminhos de brocado, babado e ponto cruz, reflete a vida e a conduz...
Triste? Não ela sabe, que o caminho de mesa, esta da forma que, o presenteado gostaria.
Comprido, grande, muitos desenhos delicados e difíceis, bem elaborado, de bom material, e que servira para cobrir a mesa da vida, ou enfeitar a convivência.

Ricardo Camilo dos Reis ao Querido "Te"