terça-feira, 28 de janeiro de 2014

"Arte e Transgressão em Jean Genet, na perspectiva existencialista de Jean Paul Sartre".

               
                                            “Para saber uma verdade qualquer a meu respeito, é preciso que eu passe pelo outro”.
                                                                                                                                                                                            Jean-Paul Sartre

 “Oque precisamos é de ódio, Dele nascerão as nossas ideias.”
Jean Genet

“O cinema é a forma contemporânea da arte”
Marilena Chauí

          
            

"A ideia que eu jamais deixei de desenvolver é que, ao fim das contas, cada um é sempre responsável por aquilo que foi feito dele - mesmo se ele não puder fazer mais que assumir essa responsabilidade. Eu acho que um homem pode sempre fazer alguma coisa daquilo que fizeram dele. É a definição que eu daria, hoje em dia, de liberdade: este pequeno movimento que faz de um ser social totalmente condicionado, uma pessoa que não reproduz mais a totalidade daquilo que recebeu em seu condicionamento; o que faz de Genet um poeta, por exemplo, enquanto ele tinha sido, rigorosamente condicionado para ser um ladrão?" (SARTRE, 1972: 101-2).

      


 “....Você não se mexia, não dormia, não sonhava, estava em fuga, imóvel e pálido, regelado, reto, estendido teso sobre o leito achatado como um caixão sobre o mar, e eu nos sabia castos, enquanto ficava atento... (GENET, 1968, p. 68)







“O vicio em tudo isso

não passa de ilusão
que somente enganar
às almas vulgares.”

Mais do mesmo

Queria sua mão...Mas não!
Carinhos, beijos afagos largados...
Sentir a falta do que não se tem...
O que não se vem...O que não se viu...
Ta certo, sou anil!
Purpura e verde musgo...
Me arrastar pelo lodo, o calor vivo do mangue...

Seu sexo tão trivial...
Um não ser animal...
Gosto de  À la carte...
Amo, me amo, amar as artes..os descartes...
Os corpos em emoção...
Suas mãos tão mortas, não me fazem reviver,
morrer, saber, querer, ganhar ou perder...

O calor não me permite pensar, mas me faz refletir...
Que quero de ti?
Que sinto assim?
Que queres de mim!?
Estar, amar, ganhar...(águas que lhe fogem, nos vãos das mãos)
Que quero eu então?
(...)


Ricardo Camilo dos Reis

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

"Mata! e Escura..."

      Então ele passeava, discretamente pelo vácuo de lodo envoltos em gramas carmim, fazia um barulho estranho no seu caminhar...Seguido pela lua que, observava atenta por entre nuvens cinzentas, de uma noite gelada.
      Os barulhos salpicavam em seu peito saltando o coração a bater na garganta, um suor frio e tremores não permitiam que sua boca se acalma-se, num sonido musical de tilintar a seco.
      Por entre as arvores, sinistras, choronas, os abacateiros e suas mangueiras....E suas besteiras.
      Um nevoeiro que corre, e se toma do espaço, um grito forte como aço....
      Passo, a passo...Um som os traços, aquele que corre, o homem que morre e ele se cala...Flor Resta nos fala, assovio o frio...
      A noite se segue, os passos são lentos, os olhos atentos, e os seu movimentos então cessaram.

Ricardo Camilo dos Reis

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Devaneio


Queria...eu rasgar seu corpo no dente,
Pentear o gato, tirar o sapado,
As roupas...E sair...
Mas vejo as sobras, do eu na parede, falando!
Vidas? Segue longe....Criando imagens....Ele me observa.
Em um copo de café, sem substâncias hemorrágicas, me deleito.
Sofro determinadas metamorfoses do viver.
Olho a direita, mas não entendo direito.
Seus movimentos, nuances...Quem é você?
No que estou me transformando?
Do lado de fora existe almas,querendo entrar.
Mas...Ai a festa! A festa cá dentro, da alma é sem rumo,e não permite vidas opostas.

Ricardo Camilo dos Reis

Sonhei...

Tive um pesadelo com você.
Disse me: Queria  o pra sempre...
Mas já me contento...Com agora, no instante do momento...
Acordei suado, abalado e sem ar...
Sem rumo.
E percebi não era um sonho, mas sim um sonho real...

Ricardo Camilo dos Reis

Morte e vida.


Por que quase morri varias vezes?
Quase morri, de amor.
Quase morri de paixão.
Quase morri de tesão.
Quase morri de inanição, quando senti:
 - Não tinha mais o seu corpo, nas mãos...
Hoje viver, é morrer todos os dias.
Morrer..O morto da morte, que demostra vida pulsante, nas larvas do seu corpo....
E na vida, qual não me permite morrer.

Ricardo Camilo dos Reis

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Poema de "Cesta" - Olhares Trocados no Cesto de Costura.

Costurando, tricotando e fazendo a barra dos momentos.
Visa, brisa, o calor, o buraco da agulha.
Negro, o seu corpo, em meu favor, repor a linha.
Deitado, molhado a seco...As falas, as malas e você.
Bem querer, bem amar, não faltar....O pano branco liso de indiferenças.
- Quer casar? Costurar!
- Vou pensar....Vou gostar....Hum, Vou falar!
A presença, de um ser, manifestada em prazer, com coisas a dizer...
Quais os desenhos representaram...A sua vida, o seu olhar, você então...
Muito por fazer.....
Minutos sem querer.
(...) Silencio.
Olhos, bocas ocas, vazias e suprimidas, afetadas, caladas, quando não erupção, demostrações e conexões....
Visualizar o improvável, ali quieto observando seu corpo, sua pele, e seus pensamentos cifrados ou codificados, em sexualidade.
Imã...Cola...Acentua...As agulhas e o dedal, de uma vida animal.
Um bom papo, avaliar os traços, a vida segue...
A voz se ergue.
Pensamentos fluidos, desesperados, amaldiçoados e reprimidos, pelos enganos, que são como panos bordados com linhas de verdades, a mão de uma senhora pobre e cega.
Mas a experiência que ela tem, em criar os caminhos de brocado, babado e ponto cruz, reflete a vida e a conduz...
Triste? Não ela sabe, que o caminho de mesa, esta da forma que, o presenteado gostaria.
Comprido, grande, muitos desenhos delicados e difíceis, bem elaborado, de bom material, e que servira para cobrir a mesa da vida, ou enfeitar a convivência.

Ricardo Camilo dos Reis ao Querido "Te"