sábado, 25 de agosto de 2012

Carta a um Moribundo


 ...Eu vou chegar em um lugar só meu
         Lá pode ter um novo amor pra eu viver
               Quem sabe uma nova dor pra eu sentir
                 A droga certa pra fazer te esquecer
                    Vai apagar a tua marca de mim
                        Tudo pode estar lá
                     Lá pode ter um novo amor pra eu viver
                Quem sabe uma nova dor pra eu sentir
             A droga certa pra fazer te esquecer
          Vai apagar a tua marca de mim
      Tudo pode estar lá...

(A função básica do sistema circulatório é a de levar material nutritivo e oxigênio para as células, e carregar resíduos do metabolismo celular para os órgãos que farão sua eliminação que são, por exemplo, o fígado e os rins...)

            Porém existe uma força que impulsiona o sangue até os tecidos, e o responsável por isso é o coração.
O coração poderia ser comparado com uma bomba propulsora, que produz trabalho através da contração de suas fibras musculares estriadas cardíacas.
 Mas qual a bomba propulsora que desperta o amor?
E o que circula em meu corpo quando penso em você?
Quando o vejo doente ai no leito, moribundo e sinto tanta dor? (....)
Esta circula pelo meu corpo acredito eu, junto com o meu sangue, onde meus rins tentam limpar e fornecer oxigênio para que o meu pulmão possa respirar você, e cada instante que se precede da dor...
Às vezes quero discutir com deus do por que ele permite que isso ocorra, chamo por ele, e ele estas no céu!Mas queria que estivesse aqui!

Deus esta morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Será que matei o meu deus?                                                                                                                                                                                                                       Nietzsche 
Pois nas vezes em que estive com você
 “Deus de vez em quando me tira a poesia e eu olho pedras e vejo pedra mesmo”
                                                                                  Adélia Prado

Deus me tirou a poesia de ama-lo, e somente pude enxergar dor” dor esta que sentia, perdi a poesia... Fugiu-me a filosofia....
Eu me espanto a todo o momento com o que o corpo é capaz....
(...) Caminhando de volta pra casa após ver-te, não me percebia, não me sentia, onde estava, ou se o “eu” criou um mundo paralelo e tinha ficado esquizofrênico... Verde, laranja..e vermelho..atravessei exatamente 8 faixas, uma igreja, a banca de jornal...
No túnel do metro revisitei cada momento da nossa vida...Do seu corpo, cada nuance e curva, e ruga, o sorriso caído..e o ar sarcástico......
-você cuida de mim?
- Tô com medo, você cuida de mim!?
_ (...)
- Pode confiar em mim, por que eu te amo!
Uma imagem, que jamais sairá do meu corpo, esta obra magnífica criada, e pouco apreciada, onde a negligencia fez você virar a musa do poeta e o poeta sentir se um aleijado.
.”Eu não sou tão triste assim é que hoje?...Hoje eu to cansada!”
Clarice Lispector